20070617

...

É suposto eu conseguir escrever aqui????

20061003

Hiato Semi-permanente

A todos os que me liam, obrigado pelos comentários que foram deixando, mas por agora sinto que este blog já não me puxa muito pela vontade!=P
Declaro oficialmente um hiato semi-permanente no Janeiroemdiante, enquanto exploro outras ideias.
E já agora, e estando no meu blog e podendo assim puxar a brasa á minha sardinha, visitem se tiverem tempo e cabeça uma nova ideia minha: www.theblackpin.blogspot.com

Mais uma vez, a todos, obrigado.

20060920

Hot dog

Hoje fui atacado por um cão. Atacado será talvez um exagerozito, vá lá, um aumento exponencial da verdade. xD
Ele estava á porta do supermercado e quando eu entrei ele entrou numa explosão de raiva e tentou morder-me. Sim, foi basicamente isso.
Tal não seria algo que aqui postasse se não fosse o que se passou a seguir. Assustado, recuo para dentro do supermercado e dou de caras com a dona, que vê o cão dela a ladrar-me furiosamente. Reacção dela:


"Ai, não sei o que se passa com o Lulu, ele normalmente não é nada assim para com os estranhos! Olha que lhe deve ter feito qualquer coisa!"

Uma pessoa cansa-se tanto de ouvir isto... Não sei o que lhe passou pela cabeça, talvez pensasse que eu tinha descoberto a minha perna e que com um ar tentador a tinha oferecido ao cão. Ou talvez que o tivesse andado a desafiar para uma luta até à morte ou mesmo insultado os seus familiares mais proximos.
Enfim... Devo confessar que isto me acontece imenso. Só conheço dois tipos de cães. Aqueles que, com uma visão profunda do ser humano em geral me odeiam e que por todos os meios me tentam atacar/derrubar/assustar(os poodles inserem-se nesta, malditas bolas de p~elo barulhentas!)/pôr os seus donos contra mim, e é claro, os do lado oposto do prisma, os que me amam perdidamente.
Infelizmente esses aparecem-me em minha casa, trazidos por visitas de cortesia de amigos. A visita invariavelmente entra com o cão em minha casa, instalamo-nos na sala de estar, e assim que a conversa começa lá vem a mesma estória recorrente.

Começa com o conhecimento superficial. O cão instala-se perto de mim e cheira-me ostensivamente. Tento ignorá-lo.

Passa-se às carícias tentativas. O cãozinho lindo anda de um lado para o outro roçando-se na minha perna. A minha concentração na conversa começa a sofrer.

De seguida, o avanço. Não tendo atenção, o cão começa a saltar e a lamber-me as mãos, a fazer sons perturbadores e geralmente a incomodar-me a um nível extremo.

Como qualquer membro do sexo masculino o cão não aceita um não inicial, passamos à investida em bruto. Coberto de saliva, começo a ter de me defender contra um cão a tentar saltar-me para cima. O dono, impávido afirma por esta altura que o cão deve gostar muito de mim! Bolas, olha só para ele!

Negado, o cão contenta-se com o que pode. Volta ao chão, dando-me a pensar que poderei voltar ao meu modo de conversação normal, e após uma pausa de cinco segundos chega-se á minha perna e...bom... começa a fazê-lo! Isto só por si já me acabaria com o sistema se não fosse de seguida o ele olhar para mim com um ar que diz nada mais nada menos do que "Anda lá Rodrigo, estou excitado, tira-me essas calças e vamos fazê-lo já!". O dono do cão ri-se benevolamente e diz que ele só é assim com quem gosta muito! Ai, felicidade!

Eu juro que não tenho nada contra cães! Acho-os animais encantadores! Só acho que os andamos a tratar de uma maneira inadequada. Pensem comigo: e reunir finalmente todos os cães do mundo e colocá-los numa ilhota qualquer sem importância e despovoada (a Gronelândia surge-me como um forte concorrente) e largá-los lá onde eles pudessem viver felizes a saltar e a cheirar os traseiros uns aos outros?

Só a imagem de um passeio onde não tivesse de fazer percursos estratégicos de modo a preservar as minhas lindas all star... =D




Semana de praxes da escs prestes a começar, e este ano parece que vai ser a doer... Parabéns a todos os que entraram, e aos que já lá estão nem vale a pena dizer nada!
Força Enodatio! xD
Fui ver o "The big white". Nice movie with nice company. Nothing too special though... Tomem lá mais fotos do interrail e para aqueles que pudessem querer acompanhar o resto da estória que estava a escrever vou updata-la sempre ás segundas e sextas!
Gone.



20060915

Até lá e de volta outra vez

Pois é meus amigos, estou de volta a este espacinho após um inter-rail formidável!
Sim, tive ausente por mais de um mês, devido a circunstâncias de preguiça aguda e de assuntos pendentes, mas voltei com este texto na cabeça que pode ser que continue durante mais uns tempos! =P

Em relação ao inter-rail, foi sem dúvida o melhor mês da minha vida, e devo dizer que a minha companhia (um certo rapaz que se dá pelo nome de Miguel) foi sem dúvida a melhor que poderia arranjar. Infelizmente, e porque sou um lazy-ass, não tenho muitas fotos nem relato do inter-rail (se bem que este texto vá ser baseado nele..wink, wink!)mas para quem não tiver mais nada para fazer, que vá ao fotolog do dito cujo, que além de estar a dedicar espaço ao nosso inter-rail tem bastante qualidade! Tanta quanto aquele meia-leca consegue obter, I guess! =P

Here is the link: www.photoblog.be/n0one

Bem... E por hoje é tudo! Comentários são apreciados para saber se continuo com esta poia ou volto ao meu modo de escrita habitual! =P
































Prólogo

E o sofá caiu.
-"Deus nos salve!"
-"Foda-se!"
-"Aquilo lembra-me os mapples da minha mãe!"




Capítulo 1- De como se começa uma viagem

"Eat dessert first, Life is uncertain" -Anonymous

No dia em que o seu pai comprou uma muda de palmeira e a plantou dentro de casa para grande agrado de toda a família, André começou a desconfiar que a lucidez e sanidade mental não poderiam ser contados como dados adquiridos. Tinha nessa altura catorze anos. Quando dois anos depois foi instalado um escorrega na janela da sua irmã mais nova para que ela pudesse descer do segundo andar directamente para o quintal com apenas o pequeno inconveniente de uma cabeça partida de vez em quando, apercebeu-se que não iria viver em casa durante muito mais tempo; só uns anos depois quando uma Jibóia chamada Zé e um macaco chamado Oscar foram introduzidos em sua casa e adoptados como mascotes de família se apercebeu do quão pouco tempo isso seria.

Estava longe da cabeça de André pensar que o resto da sua vida era normal-feliz. Normal-normal seria um termo aceitavel, e o feliz não estava desaparecido do mapa, mas para ser normal-feliz teria de haver uma parte feliz-feliz ou pelo menos contente-feliz nela. Estudava num colégio interno apenas assistindo á loucura eufórica da sua família aos fins-de-semana, mas o que a sua vida familiar pecava em excessos o resto pecava em tédio.

Isso iria acabar.

Às dez da noite de domingo André não se sentia muito feliz-feliz. Para falar a verdade nem sequer normal-feliz. Talvez cansado-odeio-tanto-domingos-aborrecido.
Estava a servir os últimos clientes no restaurante japonês onde trabalhava aos fins-de-semana e a pensar no quão pouco se lembrava da noite anterior. Lembrava-se vagamente de correr vários bares na zona de Santos e de estar francamente zangado. Zangado porquê? Ninguém lhe tinha contado mais estórias da namorada, e o Pedro tinha estado com ele. Tinha sido o Pedro! Ele tinha dito...

"Por favor!" disse um dos poucos clientes que ainda estava a jantar.
"Sim?"
"Eu não quero parecer rude mas eu simplesmente não consigo jantar com gente a olhar para mim"- disse o homem, na casa dos cinquenta e com um ar bastante perturbado
"Eu peço imensa desculpa mas não temos cúbiculos onde possa comer com maior privacidade, sabe? Apenas este espaço aberto, sabe?"-disse André, tentativamente
"Não. Não entendeu. Eu não consigo comer com pessoas a olhar para mim fixamente e com um ar esfomeado!"- exclamou exasperadamente o cavalheiro
"Bem... Eu estou realmente um pouco faminto, sabe? Mas garanto-lhe que não estava a olhar fixamente para si! Eu aliás estava ocupado a levantar os pratos das outras mesas, sabe?"
"Sei, sei, bolas! Estou a falar desse pelintra do outro lado da janela que me está agora a fazer expressões obscenas!"- exclamou o homem, quase explodindo de raiva.

Nisto o pelintra, vendo-se claramente assunto de conversa, entra rapidamente na loja assobiando.
"Olá! Trago novidades!"
"Pedro... O que é que estás aqui a fazer? Já te disse que não gosto de te ter aqui, assustas os clientes!
"Este pelintra safado é seu amigo?"-hurrou o homem sentado à mesa
"André, anda, precisamos de ir beber qualquer coisa agora!"-exclama euforicamente Pedro.
"Garanto-lhe que ele não costuma fazer destas coisas, sabe..."-diz tentativamente André ao cavalheiro
"André! Estamos a perder tempo precioso! Vamos lá, conheço um bar aqui perto!"-insiste Pedro
"Mas é inadmissivel que num restaurante desta categoria, onde sou um cliente regular, seja tratado desta maneira...!"- continua o cavalheiro, nunca parando para respirar
"Pedro... Agora não é boa altura, só acabo expediente numa hora, volta depois por favor!"-sussura André a medo, acrescentando ao cavalheiro- "Mas garanto-lhe meu senhor, decerto que é algo grave senão ele nunca teria cá vindo armar confusão...!"
"Uma coisa é pedir ajuda, outra é vir gozar com a cara da gente!"-exclama o cavalheiro, colérico e ruborizado
"André! Eu estou a falar a sério, temos de ir já! Não há tempo a perder!"-exclama Pedro com cada vez maior urgência na voz.
"Meu senhor, calma, eu vou pô-lo na rua"- diz André virando-se depois para Pedro - "Estás parvo? Não dá! Não vês que ainda não acabei de servir as pessoas?"
"Eu resolvo isso!"- exclamou Pedro, confiante- "Meus senhores, alguém que ainda vá comer mais alguma coisa? Não? Óptimo! Alguém aqui que não tencionasse dar uma gorjeta ao nosso simpático empregado André? Repito, que não tencionasse! Ninguém? Perfeito! Então aqui está o que vamos fazer! Vão acabar as vossas refeições com calma e sem medo da hora de fecho, e por favor quando acabarem levem os vossos pratos para a cozinha onde haverá alguém a lavar loiça, metam as toalhas no cesto da roupa suja e deixem o custo do jantar em cima da mesa! Em troca, é claro, poderão ficar com a gorjeta que seria noutro caso merecida da parte do André! Alguém tem questões? Ninguém? Óptimo! André, vamos embora!"

"Odeio Domingos..."-pensou André, enquanto foi arrastado porta fora deixando para trás um restaurante em fúria para o qual provavelmente nunca mais iria trabalhar.

20060614

Chegando ao fim...

Ando a ficar preguiçoso, dizem-me! Eu responderia se tivesse algo decente para responder. Não tenho.

Em pouco tempo o período de janeiro em diante chega ao fim. Esta foi a minha primeira tentativa de escrita e no geral não saiu tão mal como esperado, creio eu. No final de julho vou encerrar (ou pelo menos tentar, já que nunca se sabe se a coragem chega) uma etapa da minha vida e começar outra e como tal este blog entrará em stand-by. Em príncipio, em setembro voltarei a estar on-line, talvez aqui, talvez com um projecto novo. Como vou fazer um inter-rail andava a magicar escrever algo mais coerente sobre isso. Quiçá? As hipóteses são muitas.

Adiante.

Um final de ano tem as suas vantagens. Umas férias longe das pessoas habituais permite-nos fazer algo a que não temos acesso tantas vezes como quereríamos: fuga.
No caso dele, a fuga era há já muito ansiada e esperada, já que não havia mais nada por que esperar.
Qualquer momento que passava divertido com os amigos, em festas ou a estudar, não passava de uma desculpa para temporariamente anestesiar os pensamentos. Pensamentos? Nada disso. Pensamento. Singular. Único. Ela.
Dizem que tudo funciona em ciclos, o que neste caso faria sentido. Começar o ano a pensar nela, acabar o ano a pensar nela. Nada mais ironicamente adequado.
Se há duas coisas que podemos tomar como certas na vida são a estupidez humana e a ironia divina e, quando acontecendo juntas, a combinação é no mínimo divertida.
No último dia de aulas cruzou-se com ela. Falaram sobre os exames, sobre a comida do refeitório e sobre o quão engraçada estava a foto do senhor Presidente na capa do jornal. Após um silêncio meio-confortável (ou meio desconfortável, dependendo do lado da mesa no qual se estivesse) chegou o fim.

"Bem... Adeus então... Vemo-nos para o ano!"
"Então? Não pões mais cá os pés nas férias?"- responde ela, com aquele sorriso
"Nope... Vou fugir."
"Fugir? De quem? Ou do quê?"
"De ti. Vou fugir de ti."
"Fugir de mim? Assusto-te assim tanto?"- ela brinca, mas a conversa mudou de tom
"Assustas-me. Eu gosto de ti. Só penso em ti."
"Eu..Olha, eu... Não sei o que te dizer"
"Não te peço que mo digas, não te peço nada. Eu gosto de ti e não preciso de ti para o sentir. Eu gosto de ti e não tenho coragem de o enfrentar. Eu gosto de ti e vou fugir. Eu gosto de ti e quiçá quando daqui a uns meses nos voltarmos a ver, talvez aí possa gostar. Eu gosto de ti e quando voltar, se nada mudar, farei de tudo para te conquistar.
Agora adeus, não ganhamos nada em falar."


Bem... O rally das tascas foi excelente e como não poderia deixar de ser a vitória veio parar aos enodatio, que ao contrário das más linguas se portaram muitíssimo bem! Os inductio também não foram maus de todo e estou convencido que se o Bruno não estivesse a atrapalhar a equipa, até podiam ter feito qualquer coisa!
Com isto acabou a fase de se ser caloiro o que nunca pode ser uma má coisa. É claro que houve o pormenor da coisinha engraçada que certas e determinadas pessoas me decidiram pregar no tribunal de praxes mas eu garanto que tais actos serão vingados e pagos em sangue!xP
Agora chega a altura de estudos e a época de maior exasperação do ano. Não é que eu me aborreça assim tanto a estudar mas começo a achar que alguém naquela faculdade podia ao menos remotamente tentar dar alguma matéria que interessasse para alguma coisa!!! Meh... Já estou a projectar!

E agora, inédito neste blog, duas grandes fotos do rally das tascas! D-generation escs!


20060602

Introspectivo

Hoje estou um bocado aborrecido.

Não sei se será uma coisa só minha mas nunca sentem que só estão à espera de qualquer coisa na vida para vos dar um empurrão e voltarem ao activo? Estou um bocado assim!
É claro que considerando o tempo que tenho estado parado o empurrão terá de ser grande...

Ao ir dormir ontem deparei-me com algo engraçado. Tinha eu acabado de jantar, ainda de janela aberta,quando, ao estar a cantar uma canção qualquer enquanto me preparava para ir para a cama, apanhei um dos maiores sustos da minha vida.

Olho para a janela e um vulto de capacete amarelo, aparentemente de 1,20m (já que só
o via do tronco para cima) olha-me de volta, claramente tão espantado como eu por este encontro.
Claro que aqui, o sagaz leitor me dirá que não há nada de estranho em encontrar um anão de capacete amarelo a passar-nos pela janela à meia noite, mas claro que a tão perspicaz leitor faltará um elemento: eu moro no 6º andar.
Pois, um anão de capacete amarelo que flutua já é mais estranho, dirá o leitor!

Concordo. Avançando.

Fiquei surpreso e avancei lentamente para a janela. Infelizmente, dadas as horas e falta de iluminação, apenas conseguia ver muito fugazmente os seus olhos e bonito capacete.
Enchi-me de coragem, abri a janela.

-"Quem és tu?"-pergunto-lhe
-"Quem és TU?"- devolve-me ele
-"Eu moro aqui"- respondo-lhe indignado
-"E eu moro aqui!!"- diz-me ele
-"Estranho... Nunca te tinha visto aqui à minha janela"
-"E eu nunca tinha notado que havia aqui uma janela!"

Claramente esta conversa não ia a lado nenhum. Decidi mudar de tema.

-"Qual é o significado disto tudo, do que fazemos?"-pergunto-lhe
-"Eu tento não cair. Quando se vive como eu, quem cai não se levanta mais. O meu objectivo é não cair"
-"E como vives tu?"- digo eu espantado com a aparente profundidade da resposta
-"Vivo alto, ora. Daí não poder cair!"
-"E se caísses?"
"Morria, e aí qualquer objectivo de vida adicional seria redundante."

-"E o amor, o que me tens a dizer sobre o amor?"-pergunto esperançoso
-"O meu vai bem, não me queixo. O teu é um desastre!"
-"Porque dizes isso?!"
-"Porque se não fosse, não me fazias perguntas idiotas dessas!"
-"Como te chamas?"
-"João, e tu?"
-"Rodrigo. Que má vontade, João."
-"És tu que me deixas assim Rodrigo."
-"Bah! O meu amor não vai assim tão mau. Eu sei quem ele é, só não o consigo alcançar. Pior do que um amor correspondido mas amargurado, pior do que um amor não correspondido, o pior de todos mesmo, é o amor platónico. Aparentemente credível se não fossem circunstâncias alheias. Isso faz com que goste mas nunca o possa dizer, e se o disser apenas serve para me embaraçar mais uma vez. Enfim, gosto, mas não gosto de gostar.!"-enquanto falava um ponto luminoso mexia-se lentamente à minha frente.

-"Ahn? Desculpa mas desliguei por uns momentos, estavas a falar comigo?"
-"Sei lá... Nem sei quem és!"
-"Sou o João. Segura aí."
-"Um charro João? Para que precisas tu disso?!"- digo eu percebendo o que era o ponto luminoso.
-"Eu não preciso, tu precisas. Se eu precisasse estava a fumá-lo. Bem... Vou-me embora... Em relação a essa rapariga, tenta! Nunca me arrependi de tentar! Xau"- diz o vulto de capacete, misteriosamente flutuando pelo ar ao longo das janelas.

-"Adeus João! Prazer! Volta agora para o mundo mágico de onde vieste!! Espero voltar a ver-te"

Dormi bastante bem, talvez efeito do charro, sei lá. Acordei com as ideias bastante em ordem. Ao abrir a janela descobri também umas coisas, como o facto de estarem a remodelar a fachada do prédio e este estar coberto de andaimes.

O que raio andaria um anão flutuador de capacete amarelo a fazer a subir andaimes?

Gone

20060516

Doing it the con way

Calor... Quase insuportável!
É tão típico de mim esperar ansiosamente por algo durante seis meses e depois quando chega ficar farto em dois dias... Acho que não faço mais do que isso na vida!

No outro estava na rua com dois amigos meus.
Como todos os passeios com amigos, (e aqui o vosso gentil narrador faz questão de frisar, verdadeiros amigos, daqueles que nos fazem a vida parecer melhor numa questão de poucos segundos) este teria uma estória digna de se contar.
Mas se de cada vez com eles que estou com eles tenho uma estória, porquê decidir contar esta em específico? Porque não a deixar ficar na minha memória, porquê incomodar quem vem aqui à procura do que quer que seja que as pessoas vêm procurar a blogs?

Talvez esta estória valha a pena. Talvez não tenha mais nada para escrever. Talvez não haja lógica nenhuma.

Ao subir a rua onde moro (e se bem me lembro o calor estava...quase insuportável!) eu e dois grandes amigos meus (não de tamanho... e se formos honestos também não de coração mas grande é uma palavra que soa sempre bem com tudo, pelo que sou bastante liberal quanto à sua utilização) fui abordado por uma senhora idosa rondando talvez os oitenta. Aos que se perguntam como saberia eu que ela tinha oitenta eu responderei que já conheci muitas pessoas de oitenta (duas na verdade) pelo que saberei perfeitamente distinguir uma senhora de oitenta de uma de setenta ou mesmo de noventa. Está tudo nas mãos.

Essa senhora, de um trato gentil e aspecto banal, usando óculos escuros extremamente graduados, abordou-me na rua com um problema cuja resolução me pareceu ser à partida impossível. Segue então o retrato fiel do nosso pequeno momento e drama psicológico juntos. Substuirei o meu nome e o dos meus amigos por números, de modo a preservar identidades.

-"Peço imensa desculpa jovem, mas estou aqui com um enorme problema. Dê-me uma ajudinha!"
-"Não há problema! O que se passa?"- diz o jovem 1
"Estive nas compras e estava a voltar para casa e a meio do caminho apercebi-me que perdi uma nota de 50€. Nenhum de vocês a encontrou?"

Jovem 2 e 3 entreolham-se. Jovem 1 esboça um meio sorriso.

-"Não me parece que a vá encontrar sabe? Provavelmente já alguém a apanhou." -diz o jovem 1
-"E essas coisas não se devolvem hoje em dia. Onde é que acha que a deixou cair?"-acrescenta o jovem 2
-"Entre cá e lá!"-diz a velinha
-"Pois. Não vimos nada"- diz o jovem 3- "mas se quiser podemos ajudá-la a..."
Aqui, o jovem 3 é interrompido pela velhota que diz- "Pois... E diga-me lá: não tem uma moedinha que me empreste? Estava a contar pagar o bilhete de autocarro com aquela nota!"

Jovem 1 fica estupefacto
Jovem 2 ri-se por dentro
Jovem 3 começa a desconfiar que não há nota de 50€
Entreolham-se, ficam atrapalhados, e dizem que por acaso não saíram com trocos à rua.

-"E uma notinha? Não têm uma notinha que me arranjem? Sabem que há uns anos quando me acontecia uma destas os jovens até me davam notinhas de quinhentos ou mil escudos!"- nisto acerta com a bengala acidentalmente na perna do jovem 2."

Jovem 3 murmura desculpas e começa a tentar afastar-se.
Jovem 2 murmura palavrões acariciando a perna magoada.
Jovem 1 esgueira-se por trás da mulher e começa a fazer gestos de corpo inteiro de conotação sexual.

Jovem 2 lança olhares a jovem 1 para parar, pensando que esta situação poderá ser algo para um programa de televisão.
Jovem 1 aumenta o ritmo dos movimentos pélvicos.
Jovem 3 continua a tentar persuadir a velhinha de que não tem dinheiro.

-"Pois... Não têm nada... Não há problema jovens, obrigado pela ajuda! Foram muito queridos!"- E lá se vai a velhinha, provavelmente à procura de mais alguém para esmifrar.

Nisto todos se riem, não acreditando o quão descarada era a velinha ao apelar a este tipo de truques para conseguir dinheiro.

"Bem... Ao menos com este tipo de abordagens não há navalhas... e corremos mais do que o perseguidor!"- diz o jovem 2.

Gargalhada geral! Mas que tarde bem passada! E ainda se tornou melhor dois minutos depois quando encontrei uma nota de 50€ no chão. Adoro encontrar dinheiro! Pena é de quem o perdeu...

E fui! Cya in a few days.

PS: Este atraso não foi por rally das tascas nenhuns ao contrário do que já se ouviu por aqui! :P Andava só sem vontade de acabar este post!

PPS: O que é que se faz quando uma rapariga nos parece tão gira que até temos medo de nos aproximar dela? Juro que gostava de saber! :P