20060516

Doing it the con way

Calor... Quase insuportável!
É tão típico de mim esperar ansiosamente por algo durante seis meses e depois quando chega ficar farto em dois dias... Acho que não faço mais do que isso na vida!

No outro estava na rua com dois amigos meus.
Como todos os passeios com amigos, (e aqui o vosso gentil narrador faz questão de frisar, verdadeiros amigos, daqueles que nos fazem a vida parecer melhor numa questão de poucos segundos) este teria uma estória digna de se contar.
Mas se de cada vez com eles que estou com eles tenho uma estória, porquê decidir contar esta em específico? Porque não a deixar ficar na minha memória, porquê incomodar quem vem aqui à procura do que quer que seja que as pessoas vêm procurar a blogs?

Talvez esta estória valha a pena. Talvez não tenha mais nada para escrever. Talvez não haja lógica nenhuma.

Ao subir a rua onde moro (e se bem me lembro o calor estava...quase insuportável!) eu e dois grandes amigos meus (não de tamanho... e se formos honestos também não de coração mas grande é uma palavra que soa sempre bem com tudo, pelo que sou bastante liberal quanto à sua utilização) fui abordado por uma senhora idosa rondando talvez os oitenta. Aos que se perguntam como saberia eu que ela tinha oitenta eu responderei que já conheci muitas pessoas de oitenta (duas na verdade) pelo que saberei perfeitamente distinguir uma senhora de oitenta de uma de setenta ou mesmo de noventa. Está tudo nas mãos.

Essa senhora, de um trato gentil e aspecto banal, usando óculos escuros extremamente graduados, abordou-me na rua com um problema cuja resolução me pareceu ser à partida impossível. Segue então o retrato fiel do nosso pequeno momento e drama psicológico juntos. Substuirei o meu nome e o dos meus amigos por números, de modo a preservar identidades.

-"Peço imensa desculpa jovem, mas estou aqui com um enorme problema. Dê-me uma ajudinha!"
-"Não há problema! O que se passa?"- diz o jovem 1
"Estive nas compras e estava a voltar para casa e a meio do caminho apercebi-me que perdi uma nota de 50€. Nenhum de vocês a encontrou?"

Jovem 2 e 3 entreolham-se. Jovem 1 esboça um meio sorriso.

-"Não me parece que a vá encontrar sabe? Provavelmente já alguém a apanhou." -diz o jovem 1
-"E essas coisas não se devolvem hoje em dia. Onde é que acha que a deixou cair?"-acrescenta o jovem 2
-"Entre cá e lá!"-diz a velinha
-"Pois. Não vimos nada"- diz o jovem 3- "mas se quiser podemos ajudá-la a..."
Aqui, o jovem 3 é interrompido pela velhota que diz- "Pois... E diga-me lá: não tem uma moedinha que me empreste? Estava a contar pagar o bilhete de autocarro com aquela nota!"

Jovem 1 fica estupefacto
Jovem 2 ri-se por dentro
Jovem 3 começa a desconfiar que não há nota de 50€
Entreolham-se, ficam atrapalhados, e dizem que por acaso não saíram com trocos à rua.

-"E uma notinha? Não têm uma notinha que me arranjem? Sabem que há uns anos quando me acontecia uma destas os jovens até me davam notinhas de quinhentos ou mil escudos!"- nisto acerta com a bengala acidentalmente na perna do jovem 2."

Jovem 3 murmura desculpas e começa a tentar afastar-se.
Jovem 2 murmura palavrões acariciando a perna magoada.
Jovem 1 esgueira-se por trás da mulher e começa a fazer gestos de corpo inteiro de conotação sexual.

Jovem 2 lança olhares a jovem 1 para parar, pensando que esta situação poderá ser algo para um programa de televisão.
Jovem 1 aumenta o ritmo dos movimentos pélvicos.
Jovem 3 continua a tentar persuadir a velhinha de que não tem dinheiro.

-"Pois... Não têm nada... Não há problema jovens, obrigado pela ajuda! Foram muito queridos!"- E lá se vai a velhinha, provavelmente à procura de mais alguém para esmifrar.

Nisto todos se riem, não acreditando o quão descarada era a velinha ao apelar a este tipo de truques para conseguir dinheiro.

"Bem... Ao menos com este tipo de abordagens não há navalhas... e corremos mais do que o perseguidor!"- diz o jovem 2.

Gargalhada geral! Mas que tarde bem passada! E ainda se tornou melhor dois minutos depois quando encontrei uma nota de 50€ no chão. Adoro encontrar dinheiro! Pena é de quem o perdeu...

E fui! Cya in a few days.

PS: Este atraso não foi por rally das tascas nenhuns ao contrário do que já se ouviu por aqui! :P Andava só sem vontade de acabar este post!

PPS: O que é que se faz quando uma rapariga nos parece tão gira que até temos medo de nos aproximar dela? Juro que gostava de saber! :P

20060508

Domínio mundial

Sexta ia sendo morto. Curiosamente é bastante menos melodramático do que se poderia imaginar.
Nada de luzes brilhantes, a nossa vida a desfilar perante os nossos olhos, parentes mortos ou um tunel escuro com uma saída do outro lado... Na verdade só mesmo o som de um camião a vir na minha direcção, e um súbito "foda-se!" a vir-me aos lábios.

Porquê o som de um camião? Porque era um que me ia atropelando, ao tentar atravessar o Marquês de Pombal com um pouco menos atenção do que o normal.
Sim, eu não costumo andar por aquelas bandas, mas nesse dia estava por lá a tentar concretizar um projecto secreto que tenho na cabeça há muito e que, escusado será dizer, por pouco não foi interrompido antes de começar, o que seria uma perda gigantesca na história dos planos de domínio à escala mundial. Assim, ao atravessar a Avenida da Liberdade, estava com reflexos um pouco mais toldados, o que ia causando uma desgraça.

Já noutro post tinha referido este facto: os Portugueses conduzem mal! Até aqui nada de novo e interessante.
Se há algo que eu por vezes gosto de fazer é acordar bastante cedo, sair para a rua e ver a cidade a acordar, e posso-vos dizer que Lisboa acorda da maneira mais abrupta e feroz possível. Num momento somos apenas nós, um senhor a entregar caixas de mercadorias e um par de varredores de rua, e de repente a cidade acorda: carros e autocarros voam de um lado para o outro, cafés, lojas e quiosques abrem-se em todo o lado e pessoas começam a sair das estações de metro e dos autocarros como hordas de bufalos com desinteria.
Às 8:30, a zona central de lisboa é já um lugar horrível de se estar, e o motivo principal é o trânsito. Tenho de admitir, o Marquês de Pombal fez daquela zona da cidade um lugar lindo de se ver e de se estar, mas o homem não tinha a mínima noção de controlo de tráfego! O largo do Marquês de Pombal é a prova viva disso!
A tudo isto acrescenta-se a má condução Portuguesa, o que faz com que as ruas largas como a Avenida da Liberdade sejam difíceis de atravessar a determinadas horas, como a hora em que eu lá estava a passar.

Tudo começa com o chegar à passadeira no sinal vermelho. E quando digo vermelho, é vermelho tanto para os pedestres como para os veículos. Infelizmente, todos sabemos que um pé fora do passeio e todos os carros arrancarão para cima de nós, sobrando apenas uma massa disforme.
Assim, esperamos.
Trinta segundos depois um cego chega e atravessa a longa passadeira até ao outro lado.
Depois, uma senhora de noventa anos numa cadeira de rodas eléctrica vai andando aos soluços e zigue-zagues, atravessando a passadeira sem sequer olhar para o lado.
Tornamo-nos horrivelmente conscientes de que todos os condutores parados a 100 metros de nós estão sentados nos carros a observar-nos com um ardor nos olhos e os lábios húmidos, esperando unicamente que nós passemos para arrancarem. Fazemos então de conta que na verdade nem sequer queremos atravessar, que estamos apenas ali à beira da estrada para dar uma olhadela a este candeeiro fascinante que tem todo o aspecto de ser fin-de-siècle!
Passa mais um minuto e 150 alunos de infantário conduzidos pelos seus educadores são atravessados lentamente ao longo da passadeira, e passados mais trinta segundos o homem cego volta do outro lado da passadeira com dois sacos de compras.

Finalmente, as luzes de pedestres ficam verdes, decido atravessar, e todos os carros arrancam para cima de mim! Não quero saber o quão paranóico ou irracional isto parece, mas Lisboa quer-me morto.
Eventualmente desisti de tentar atravessar esse tipo de ruas de algum modo racional, preferindo hoje em dia tentar seguir pelo caminho e trajecto que me pareça ter menos perigo adjacente, ignorando os sinais de luz.

Agora se ao menos os meus planos de Domínio Mundial funcionassem...

Cya around!

Ps:Quinta feira será finalmente o rally das tascas lá da faculdade, o que provavelmente significará para mim morte cerebral por duas semanas. Não estranhem o silêncio! =P

20060503

Insaaaane!

Bem... Chegou finalmente a altura de me propôr ao desafio que já andou por vários blogs que conheço, que consiste em nomear cinco peculiaridades sobre a minha pessoa!
Normalmente eu não entraria nestes esquemas, mas ando demasiado aborrecido com a minha vida para escrever muito, e assim ao menos não deixo o blog morrer! =P
Ora cá vai:

1- Como sempre qualquer coisa na cama antes de dormir. Isto seria relativamente normal, se o qualquer coisa não costumasse ser um iogurte, duas torradas e uma peça de fruta. (Eu sei, um dia ainda morro por isso)

2- Ando sempre na rua a ouvir música, e oiço-a sempre a altos berros. Also, se ninguém estiver a olhar, faço uns quantos movimentos ao som da música de vez em quando! =P

3- Nunca canto no chuveiro, mas em compensação nunca consigo sair de lá sem fazer uma contagem decrescente de 20, para me dar coragem de sair da água quentinha! AH! E tenho de tomar sempre banho de manha, ou sinto-me horrivelmente sujo!

4-Antes de sair, ao pequeno almoço, ligo sempre o computador e percorro sempre a minha lista de 20 online comics! Se não o fizer fico triste! =P

5- Sou a criatura mais sociável do mundo, mesmo no que respeita a pessoas que mal conheço, mas se me apanham desprevenido, no meio da rua ou assim, não consigo ser minimamente coerente no que digo... Preciso de tempo para me adaptar às situações.

E pronto! Provavelmente se pensasse melhor arranjaria factos mais interessantes mas por agora foi o que me ocorreu!

"I don't know what I should do now...
I don't know where I should go...
I'm still here waiting for you,
I'm lost when you're not around,
I need to hold on to you,
I..
just..
can't let you go!!!"

Tou com tantas saudades de me sentir assim... Já lá vai mais de um ano desde que me apaixonei da ultima vez! Quase que não me importo que seja uma daquelas paixões dolorosas, desde que comprove que ainda sou capaz de me ligar a alguém!
Enfim... O verão costuma ajudar! =P

I'm out!