20060614

Chegando ao fim...

Ando a ficar preguiçoso, dizem-me! Eu responderia se tivesse algo decente para responder. Não tenho.

Em pouco tempo o período de janeiro em diante chega ao fim. Esta foi a minha primeira tentativa de escrita e no geral não saiu tão mal como esperado, creio eu. No final de julho vou encerrar (ou pelo menos tentar, já que nunca se sabe se a coragem chega) uma etapa da minha vida e começar outra e como tal este blog entrará em stand-by. Em príncipio, em setembro voltarei a estar on-line, talvez aqui, talvez com um projecto novo. Como vou fazer um inter-rail andava a magicar escrever algo mais coerente sobre isso. Quiçá? As hipóteses são muitas.

Adiante.

Um final de ano tem as suas vantagens. Umas férias longe das pessoas habituais permite-nos fazer algo a que não temos acesso tantas vezes como quereríamos: fuga.
No caso dele, a fuga era há já muito ansiada e esperada, já que não havia mais nada por que esperar.
Qualquer momento que passava divertido com os amigos, em festas ou a estudar, não passava de uma desculpa para temporariamente anestesiar os pensamentos. Pensamentos? Nada disso. Pensamento. Singular. Único. Ela.
Dizem que tudo funciona em ciclos, o que neste caso faria sentido. Começar o ano a pensar nela, acabar o ano a pensar nela. Nada mais ironicamente adequado.
Se há duas coisas que podemos tomar como certas na vida são a estupidez humana e a ironia divina e, quando acontecendo juntas, a combinação é no mínimo divertida.
No último dia de aulas cruzou-se com ela. Falaram sobre os exames, sobre a comida do refeitório e sobre o quão engraçada estava a foto do senhor Presidente na capa do jornal. Após um silêncio meio-confortável (ou meio desconfortável, dependendo do lado da mesa no qual se estivesse) chegou o fim.

"Bem... Adeus então... Vemo-nos para o ano!"
"Então? Não pões mais cá os pés nas férias?"- responde ela, com aquele sorriso
"Nope... Vou fugir."
"Fugir? De quem? Ou do quê?"
"De ti. Vou fugir de ti."
"Fugir de mim? Assusto-te assim tanto?"- ela brinca, mas a conversa mudou de tom
"Assustas-me. Eu gosto de ti. Só penso em ti."
"Eu..Olha, eu... Não sei o que te dizer"
"Não te peço que mo digas, não te peço nada. Eu gosto de ti e não preciso de ti para o sentir. Eu gosto de ti e não tenho coragem de o enfrentar. Eu gosto de ti e vou fugir. Eu gosto de ti e quiçá quando daqui a uns meses nos voltarmos a ver, talvez aí possa gostar. Eu gosto de ti e quando voltar, se nada mudar, farei de tudo para te conquistar.
Agora adeus, não ganhamos nada em falar."


Bem... O rally das tascas foi excelente e como não poderia deixar de ser a vitória veio parar aos enodatio, que ao contrário das más linguas se portaram muitíssimo bem! Os inductio também não foram maus de todo e estou convencido que se o Bruno não estivesse a atrapalhar a equipa, até podiam ter feito qualquer coisa!
Com isto acabou a fase de se ser caloiro o que nunca pode ser uma má coisa. É claro que houve o pormenor da coisinha engraçada que certas e determinadas pessoas me decidiram pregar no tribunal de praxes mas eu garanto que tais actos serão vingados e pagos em sangue!xP
Agora chega a altura de estudos e a época de maior exasperação do ano. Não é que eu me aborreça assim tanto a estudar mas começo a achar que alguém naquela faculdade podia ao menos remotamente tentar dar alguma matéria que interessasse para alguma coisa!!! Meh... Já estou a projectar!

E agora, inédito neste blog, duas grandes fotos do rally das tascas! D-generation escs!


20060602

Introspectivo

Hoje estou um bocado aborrecido.

Não sei se será uma coisa só minha mas nunca sentem que só estão à espera de qualquer coisa na vida para vos dar um empurrão e voltarem ao activo? Estou um bocado assim!
É claro que considerando o tempo que tenho estado parado o empurrão terá de ser grande...

Ao ir dormir ontem deparei-me com algo engraçado. Tinha eu acabado de jantar, ainda de janela aberta,quando, ao estar a cantar uma canção qualquer enquanto me preparava para ir para a cama, apanhei um dos maiores sustos da minha vida.

Olho para a janela e um vulto de capacete amarelo, aparentemente de 1,20m (já que só
o via do tronco para cima) olha-me de volta, claramente tão espantado como eu por este encontro.
Claro que aqui, o sagaz leitor me dirá que não há nada de estranho em encontrar um anão de capacete amarelo a passar-nos pela janela à meia noite, mas claro que a tão perspicaz leitor faltará um elemento: eu moro no 6º andar.
Pois, um anão de capacete amarelo que flutua já é mais estranho, dirá o leitor!

Concordo. Avançando.

Fiquei surpreso e avancei lentamente para a janela. Infelizmente, dadas as horas e falta de iluminação, apenas conseguia ver muito fugazmente os seus olhos e bonito capacete.
Enchi-me de coragem, abri a janela.

-"Quem és tu?"-pergunto-lhe
-"Quem és TU?"- devolve-me ele
-"Eu moro aqui"- respondo-lhe indignado
-"E eu moro aqui!!"- diz-me ele
-"Estranho... Nunca te tinha visto aqui à minha janela"
-"E eu nunca tinha notado que havia aqui uma janela!"

Claramente esta conversa não ia a lado nenhum. Decidi mudar de tema.

-"Qual é o significado disto tudo, do que fazemos?"-pergunto-lhe
-"Eu tento não cair. Quando se vive como eu, quem cai não se levanta mais. O meu objectivo é não cair"
-"E como vives tu?"- digo eu espantado com a aparente profundidade da resposta
-"Vivo alto, ora. Daí não poder cair!"
-"E se caísses?"
"Morria, e aí qualquer objectivo de vida adicional seria redundante."

-"E o amor, o que me tens a dizer sobre o amor?"-pergunto esperançoso
-"O meu vai bem, não me queixo. O teu é um desastre!"
-"Porque dizes isso?!"
-"Porque se não fosse, não me fazias perguntas idiotas dessas!"
-"Como te chamas?"
-"João, e tu?"
-"Rodrigo. Que má vontade, João."
-"És tu que me deixas assim Rodrigo."
-"Bah! O meu amor não vai assim tão mau. Eu sei quem ele é, só não o consigo alcançar. Pior do que um amor correspondido mas amargurado, pior do que um amor não correspondido, o pior de todos mesmo, é o amor platónico. Aparentemente credível se não fossem circunstâncias alheias. Isso faz com que goste mas nunca o possa dizer, e se o disser apenas serve para me embaraçar mais uma vez. Enfim, gosto, mas não gosto de gostar.!"-enquanto falava um ponto luminoso mexia-se lentamente à minha frente.

-"Ahn? Desculpa mas desliguei por uns momentos, estavas a falar comigo?"
-"Sei lá... Nem sei quem és!"
-"Sou o João. Segura aí."
-"Um charro João? Para que precisas tu disso?!"- digo eu percebendo o que era o ponto luminoso.
-"Eu não preciso, tu precisas. Se eu precisasse estava a fumá-lo. Bem... Vou-me embora... Em relação a essa rapariga, tenta! Nunca me arrependi de tentar! Xau"- diz o vulto de capacete, misteriosamente flutuando pelo ar ao longo das janelas.

-"Adeus João! Prazer! Volta agora para o mundo mágico de onde vieste!! Espero voltar a ver-te"

Dormi bastante bem, talvez efeito do charro, sei lá. Acordei com as ideias bastante em ordem. Ao abrir a janela descobri também umas coisas, como o facto de estarem a remodelar a fachada do prédio e este estar coberto de andaimes.

O que raio andaria um anão flutuador de capacete amarelo a fazer a subir andaimes?

Gone